Facesp repudia penalização do comércio com fechamento de lojas
Alfredo Cotait Neto, presidente da Facesp, critica, rejeita o plano e alerta para graves consequências sociais
O vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Adriano Luiz Martins, está reforçando a Nota Oficial divulgada pela federação, sobre a opinião das associações comerciais, sobre as medidas impostas pelo Governo do Estado de São Paulo, quanto ao Plano São Paulo de combate a pandemia, em que a maioria das lojas são obrigadas a fechar. “Nossa posição é contrária à adoção de novas medidas restritivas à atividade comercial, determinadas pelo Governo do Estado, por não levar em consideração a dramática situação enfrentada pelo setor e, principalmente, pelo fato de que as empresas têm adotado todas as medidas sanitárias necessárias para assegurar, tanto aos colaboradores quanto para os consumidores, a segurança nos estabelecimentos”, escreveu o presidente da Facesp, Alfredo Cotait Neto.
De acordo com o dirigente paulista as entidades consideram que a recente evolução da pandemia é motivo de preocupação, mas que novas medidas para reduzir o impacto devem levar em conta que o comércio não pode ser responsabilizado por essa situação. “O fechamento do comércio durante os dias pós Natal e pós Ano Novo mostraram que a medida em nada contribuiu para o objetivo visado, mas teve um impacto negativo muito significativo para as empresas atingidas, que já vinham fragilizadas pelo longo período de isolamento anterior”, apontou o dirigente que vem alertando o Governo Estadual e Federal. “Impor novas restrições poderá implicar no fechamento definitivo de muitas empresas, com o consequente desemprego”, frisou Alfredo Cotait Neto, ao comentar que, para as entidades, punir os que cumprem com todas as exigências sanitárias impostas pelo governo e recomendadas pelos organismos internacionais, por causa de outros que não respeitam as normas para minimizar riscos de contágio da Covid-19, é injusto e desperta sentimento de frustração em todos, parecendo que muitos empresários e trabalhadores fizeram sacrifício inútil.
No documento produzido pelo presidente da Facesp, disponibilizado no portal da entidade, através do endereço eletrônico: www.facesp.com.br, Alfredo Cotait Neto diz que: Discriminar alguns segmentos do comércio, enquanto outros setores podem funcionar normalmente, cria condições injustas de concorrência e afeta a sobrevivência de parcela importante das empresas do varejo. “ Restringir as atividades econômicas com base nas fases do Plano São Paulo, que considera fatores estatísticos que não se fundamentam na relação de causa e efeito do crescimento da pandemia, não assegura que os resultados esperados serão atingidos”, escreveu o dirigente paulista ao acusar a falta de diálogo entre os envolvidos. “Agrava essa situação o fato de que o Governo do Estado, ao impor restrições que inviabilizam a vida das empresas e colocam em risco os empregos, não oferece qualquer apoio que possa contribuir para amenizar as dificuldades de empresários e trabalhadores”, diz a nota oficial. “Pelo contrário, o poder público estadual aumentou o ICMS para um grande número de produtos, fato que torna mais difícil a recuperação futura da atividade econômica e ainda afeta a economia de forma generalizada”, lembrou ao sugerir revisão da decisão tendo em vista a possibilidade de colapso da economia e de agravamento da situação da população mais pobre, com risco de consequências sociais muito sérias.