Consumidor endividado sente que sua capacidade financeira melhorou
Com o aumento da confiança do consumidor, a Boa Vista espera crescimento de 3% nas vendas do comércio este ano
Mesmo estando mais endividado, o consumidor sente que tem mais condições de arcar com seus compromissos financeiros, como mostra levantamento realizado pela Boa Vista ao longo dos últimos seis meses de 2019.
Esse é um indicativo importante para o varejo, que é totalmente dependente do nível de confiança de quem compra.
De acordo com o estudo, cresceu de 24% para 26% o número de consumidores inadimplentes que veem uma melhora da situação financeira na comparação entre o segundo semestre de 2019 com igual período de 2018.
A percepção de que conseguirão quitar os débitos em atraso aumentou, mesmo com um volume maior de dívidas em aberto. Levando em conta esses consumidores inadimplentes, 36% afirmaram que carregavam mais dívidas no segundo semestre de 2019. Em 2018, eram 34% os que apontavam para um crescimento no número de débitos em atraso.
Vale destacar que alguém é considerado inadimplente quando não consegue realizar o pagamento dentro de um prazo de 90 dias.
Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista, o consumidor está confiando mais na sua capacidade de acertar as contas porque o mercado de trabalho está melhorando e há maior disponibilidade de crédito no mercado. Além disso, o descontrole financeiro das famílias diminuiu.
“Se juntarmos esses fatores com as variáveis de crédito, que mostram juros menores e preços que não variam muito há um bom tempo, tudo indica que teremos uma melhora no consumo em 2020”, diz o economista da Boa Vista.
Calife estima um crescimento de 3% nas vendas do comércio este ano. Em 2019, elas cresceram 1,7%, pelos números da Boa Vista.
O economista diz ainda que os últimos dados do comércio mostram que os segmentos que dependem do crédito, com móveis e eletrodomésticos, estão indo bem e devem ser os que mais irão crescer este ano.
PERFIL DAS DÍVIDAS
De acordo com o levantamento feito pela Boa Vista no segundo semestre de 2019, para 45% dos consumidores, o valor total das dívidas que os colocaram na situação de inadimplentes é de até R$ 3 mil, uma queda de 6 pontos percentuais em relação a igual período de 2018.
Dentre eles, 16% possuem dívidas de até R$ 1 mil e 29% de R$ 1 mil a R$ 3 mil. Outros 55% possuem dívidas maiores que R$ 3 mil.
O desemprego foi apontado como a principal causa do endividamento, motivo apontado por 36% dos entrevistados, seguido da diminuição da renda (21%), o descontrole financeiro (17%), empréstimo do nome para terceiros (13%), despesas extras com saúde e educação (10%) e atraso no recebimento do salário ou aposentadoria (3%).
FONTE: Diario do Comercio
POR: Renato Carbonari Ibelli
IMAGEM: Pixabay